segunda-feira, 22 de novembro de 2010

MAQUIAVEL E A HISTORIA BURGUESA

ESCOLA ESTADUAL LOURDES DE CARVALHO
DISCIPLINA: FILOSOFIA / PROFESSOR: CLEUBER DA SILVA COSTA
MAQUIAVEL: FILOSOFIA BURGUESA DA HISTÓRIA
A ciência esta ligada a uma forte convicção de que existe um certa uniformidade no curso da natureza: a) a combinação de duas substancias dá origem a uma terceira; b- os remédios afastam a infecção. No positivismo do séc XIX faz-se um esforço para apresentar como um fenômenos da experiencia, através da justificação de se ter chegado à conclusão por uma observação geral que tais unformidades e que poderia comprovar em qualquer tempo e por toda a parte antes deste ponto no tempo, também continua a ocorrer do mesmo modo depois dele, isto é uma uniformidade. A convicção de que existe uma uniformidade está na base de uma especialização da física e da química, da introdução da matemática nestas ciências, no aparecimento da antropologia e da medicina cientifica
Mas a sociedade não se baseia no domínio da natureza nem da descoberta de novos métodos de produção ou de um certo nível sanitário. E a totalidade conduzem a esse fim e dos meios dá-se o nome de politica. A afirmação de que os homens são iguais na essência encontra-se nos Discursos: os homens estão pelo nascimento, vida e morte sempre submetidos a mesma lei. Não esta na natureza das coisas do homem manterem-se inalteráveis, quando atingem a mais elevada perfeição quando já não podem mais subir, tem forçosamente de descer. De igual modo, quando se encontram em baixo, bem nas profundezas da sua desordem sem poder descer mais, começam a sua ascensão. Resvala-se constantemente do bem para o mal e do mal para o bem. Porque a coragem engendra a satisfação. A satisfação o ócio, o ócio, a desordem, da ordem a coragem, desta a gloria e a felicidade.
A quem serve a ciência politica? Qual a melhor forma de estado que provou ser a melhor ao longo da historia ou será por ser criado ? A primeira forma de governo é a monarquia surgida da escolha do mais forte e mais tarde do mais esperto e justo; logo que os príncipes passam a ser eleitos por linhagem, a monarquia desemboca numa tirania: consequência desta os golpes, as revoltas e traições contra o príncipe. Os instigadores não são as massas,mas os mais poderosos e ricos, que acabam por pôr fim à tirania e constituem um governo aristocrático.
Maquiavel insiste na ideia de que o bem estar burgues estava dependente do desenvolvimento das relações sociais do alargamento sem limites da capacidade burguesa p/ o comercio e a indústria, do jogo livre das forças econômicas e tal desenvolvimento só poderia ser assegurado através de um estado poderoso. Se se conjugar o conteúdo de “O Príncipe” e dos “Discursos” na frase “os meios justificam os fins é preciso acrescentar pelo menos que fim se trata, nomeadamente da instauração do melhor dos mundos possível e a este mais alto objetivo dá atividade humana deveria submeter-se a moral e a religião, ao seu serviço enganar, difamar, torturar e matar. Mas as faltas de nada servem aos governos se forem declaradas: a religião não deve ser usada como meio politico, quando é expressamente designada como tal.
Quem dá mais atenção aos gritos e ao barulho de tais lutas que aos efeitos benéficos, não reflete que em cada comunidade a mentalidade do povo difere da dos grandes e poderosos e que é do seu antagonismo que surgem todas as leis em prol da liberdade. Enaltecendo apaixonadamente o estado forte apoia-se na fé que sente nas possibilidades do progresso espiritual e moral. O progresso da cultura e seu aparecimento é determinado materialmente. Pelas teorias de Maquiavel, os seus conselhos convém sobretudo aos príncipes e aos republicanos, mas não só expressou os interesses destes de modo tao global e completo, como o fez em relação as medidas que os opositores dos seus príncipes deveriam tomar , interessa-se a Maquiavel apenas pelo jogo de forças sociais em disputa, resolve estudar suas leis, sem se preocupar com os resultados, movido por interesse, a luz da filosofia moderna. Há um único padrão, segundo se medem todos os valores. Não é por amor ao monarca ou aos republicanos, mas sim p/ promover o poder e a grandeza, a segurança do estado burgues.
Um conceito chave na sua ciência é o da virtu( virtú, virtu, força, coragem)- designa a essência das qualidades desejadas e consideradas honestas na esfera em que o conceito é utilizado. Um homem que possui virtus é um homem direito, um homem como deve ser. O espírito político e militar dos gregos e romanos que deixa o trabalho comum aos escravos é também virtu, bem assim como mais tarde a humildade cristã. Maquiável engloba a nobreza e a bravuras clássicas albergando igualmente o elemento moderno do trabalho e da habilidade para o ganho.
Mas despreza a classe aristocrática não só porque se opõe a reformas ou porque trava o caminho ao desenvolvimento burguês, na medida em que impede a formação de governos centralizados e de grandes estados, mas também porqe não faz qualquer trabalho burgues. Explicação da designação aristocratas, diz em Discursos “ digo assim que são chamados aqueles que vivem ociosamente dos seus rendimentos no excesso sem qualquer preocupação com a agricultura ou qualquer outra profissão, são perniciosos numa república e em cada pais sobretudo quando além dos rendimentos, possuem ainda castelos e vassalos.” “quem quiser fundar uma república só o conseguirá quando tiver destruído toda aristocracia” um estado é bom, possui virtu quando as suas condições permitem que os seus burgueses possam ostentar a virtu.
O bem estar depende do florescimento destas profissões . Prova da sua visão política do mundo é o fato de a ascensão da classe burguesa no Renascimento ter sido realmente a condição para o grande progresso social. Maquiavel promove a submissão de todas as considerações a um fim último que a ele lhe parece o mais elevado: a criação e manutenção de um estado forte e centralizado como condição para a prosperidade burguesa

Bibliografia:
HORKHEIMER, M. Vico e a mitologia- in: Origens da filosofia burguesa da história. Trad. Maria Margarida Morgado, Lisboa: editora Presença

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